quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Garantindo resultados eficazes

Para Vicente Falconi, consultor e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, garantir resultados eficazes por meio de uma boa gestão depende de três pontos estratégicos:
1.Liderança
2.Conhecimento técnico
3.Método
Apesar da fórmula parecer simples, é necessário desenvolver um trabalho de auto-análise e desenvolvimento das pessoas da organização. Para Falconi, a liderança é o principal item para se chegar a uma gestão eficaz. “De nada adianta método ou conhecimento técnico se não existe liderança para fazer acontecer”, posiciona-se em seu livro “O verdadeiro poder”.
A boa governança, na visão do acadêmico é a condição fundamental para o exercício da liderança. Por isso, cabe ao líder criar metas executáveis e desafiadoras. Ao mesmo tempo ele deve promover o domínio do método pela equipe com crescimento constante nas técnicas e recursos de análise.
O líder também deve ter um perfeito gerenciamento da rotina, fornecer treinamento, inspirar as pessoas para sonhar grande, fazer coaching, promover a meritocracia, entre outros pontos. Resumidamente, liderar, na opinião do consultor, é “bater metas através da equipe fazendo certo”, como define em recente entrevista á Exame TV.
O executivo defende que alcançar os objetivos de forma ética e entusiasmada, sem ferir outras pessoas, também é o caminho para executar uma boa liderança. Sendo assim, a liderança envolve método, pois está relacionada a atingir metas; abrange cultura e recursos, porque requer o uso de todos os recursos humanos de forma eficiente e tomada de decisões baseadas em fatos e dados.
E quando se fala de meta, o executivo é enfático em suas obras de que a meta precisa ter um objetivo, um valor e um prazo. “Tem que ter um comprometimento”, reforça.
Sob o ponto de vista do conhecimento técnico, Falconi acredita que ainda há muita confusão entre conhecimento técnico e conhecimento de método. “Conhecimento técnico é o conhecimento relacionado com o processo no qual o indivíduo trabalha. Se alguém trabalha em marketing, deve ter conhecimentos profundos que são específicos dessa área”, conceitua o acadêmico em sua obra.
De acordo com Falconi, o método é o caminho para o resultado. “O método é então a essência do gerenciamento. Gestão é método”, conclui Falconi, em seu livro. Entenda-se por método a busca pela verdade, contida em informações organizacionais atuais, que serve de apoio para a tomada de decisão.
“A essência do trabalho numa organização é atingir resultados e, portanto, o domínio do método, por todas as pessoas, é fundamental. Isso é válido para todas as pessoas de uma empresa, desde seus diretores até os operadores, que devem ser envolvidos no método de solução de problemas para atingir os resultados necessários”, conclui.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sistema de Saúde doente

Sistema de Saúde doente

Na última sexta-feira, 11/02/2011, no caderno cotidiano da Folha de S. Paulo, a matéria de destaque vem de encontro com o que eu já citei e foi comentado no post Hospitais sem Sofrimentos: nossos hospitais precisam melhorar demais o seu sistema de gestão! O título da matéria é "Incor amontoa 150 mil fichas de pacientes em sala".

Para quem não sabe, o Incor é o maior centro de cardiologia da América Latina e um dos 3 maiores do mundo em quantidade de atendimento e especialidades. Mas o que foi relatado está longe da excelência esperada para um hospital desse nível.

Não consegui acesso à matéria pelo site da Folha de S. Paulo, mas encontrei-a em outro site: http://www.advsaude.com.br/noticias.php?local=1&nid=6053



Como é citado na matéria, o nível de desorganização com os prontuários é enorme (vide foto). Os funcionários do hospital dizem que cerca de 30% dos prontuários não são encontrados. Além disso, existe um risco grande de incêndio no local. Outro ponto citado na matéria é com relação aos prontuários. Trata-se de um documento de importância vital para um bom atendimento e um bom tratamento dos doentes.

Agora, como é possível que algo tão importante seja tratado de forma tão inadequada quanto o relatado?

A administração do hospital disse que o espaço é insuficiente para manter uma boa organização e disse ainda que trata-se de prioridade zero a reforma e mudança para um novo local. As obras estão previstar para começar em Março. Acho que aqui cabe alguma reflexão.

Talvez seja mesmo necessário uma reforma para ampliação do local de armazenagem, talvez a capacidade esteja mesmo ultrapassada e impeça mesmo uma organização adequada, não questiono isso. A única dúvida pra mim ainda pertinente é: usar as técnicas de organização e limpeza (5S), sugeridas pelo hospital, irão mesmo resolver o problema ou em pouco tempo voltaremos a essa mesma situação?

Meu amigo Guilherme Carvalho, no seu post "5S como um meio, não um fim", abrange um pouco essa questão. Outros autores também tocam nesse ponto nos livros "Creating a Lean Culture", "Toyota way" e, mais recente, "Toyota Kata". No fundo todos concordam com um ponto: é preciso um processo robusto, com pessoas devidamente capacitadas para manter um nível exceLEANte!

A simples reforma do local onde são armazanados os prontuários não irá garantir que o processo melhore, que os 30% de prontuários não encontrados sejam agora encontrados. É preciso agir no processo. É preciso agir no modo como as pessoas encaram os problemas, se adaptam frente a eles e inovam em soluções. Se nada for feito nesse sentido, em pouco tempo teremos um local novinho e bagunçado, com o mesmo nível de problemas que temos hoje.

Outro ponto de reflexão que atinge hospitais e mais especificamente os serviços públicos: se é "prioridade zero", por que só vai começar em Março? Quais são as causas de tanto tempo para aprovação de uma licitação?

Aqui, o Mapa de Fluxo de Valor ajudaria a responder tais questões. O que está claro é que existe um grande gap entre urgente e importante e existe, ainda mais, uma série de atividades que não agregam valor que fazem com que atividades urgentes e importantes sejam postergadas.

Uma pena ver que isso está acontecendo em um serviço que deveria ser um exemplo de excelência dada a sua importância: o sistema de saúde.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bom senso ou Padrão?

Bom senso ou Padrão? 


por Luciano Peloche
Talvez a ferramenta Lean mais praticada e conhecida seja os 5S. Eu procuro praticar os 5S não só no ambiente profissional, mas também procuro colocá-los em prática no meu cotidiano. Para quem não sabe o que são, vejam a definição:

O 5S é uma ferramenta de trabalho de origem japonesa que permite desenvolver um planejamento sistemático de classificação, ordem, limpeza, permitindo assim de imediato maior produtividade, segurança, clima organizacional, motivação dos funcionários e consequente melhoria da competitividade. Os 5 Ss são:
  • Seiri: Senso de utilização. Refere-se à prática de verificar todas as ferramentas, materiais, etc. na área de trabalho e manter somente os itens essenciais para o trabalho que está sendo realizado. Tudo o mais é guardado ou descartado. Este processo conduz a uma diminuição dos obstáculos à produtividade do trabalho.
  • Seiton: Senso de ordenação. Enfoca a necessidade de um espaço organizado. A organização, neste sentido, refere-se à disposição das ferramentas e equipamentos em uma ordem que permita o fluxo do trabalho. Ferramentas e equipamentos deverão ser deixados nos lugares onde serão posteriormente usados. O processo deve ser feito de forma a eliminar os movimentos desnecessários.
  • Seisō: Senso de limpeza. Designa a necessidade de manter o mais limpo possível o espaço de trabalho. A limpeza, nas empresas japonesas, é uma atividade diária. Ao fim de cada dia de trabalho, o ambiente é limpo e tudo é recolocado em seus lugares, tornando fácil saber o que vai aonde, e saber onde está aquilo o que é essencial. O foco deste procedimento é lembrar que a limpeza deve ser parte do trabalho diário, e não uma mera atividade ocasional quando os objetos estão muito desordenados.
  • Seiketsu: Senso de Padronização: Criar normas e sistemáticas em que todos devem cumprir. Tudo deve ser devidamente documentado. A gestão visual é fundamental para fácil entendimento de cada norma.
  • Shitsuke: Senso de autodisciplina ou hábito,costume. Refere-se à manutenção e revisão dos padrões. Uma vez que os 4 Ss anteriores tenham sido estabelecidos, transformam-se numa nova maneira de trabalhar, não permitindo um regresso às antigas práticas. Entretanto, quando surge uma nova melhoria, ou uma nova ferramenta de trabalho, ou a decisão de implantação de novas práticas, pode ser aconselhável a revisão dos quatro princípios anteriores.
Um ponto muito comum de discussão durante a implementação é com relação ao bom senso. É um desejo comum nas empresas que exista um grau de liberdade no rigor da aplicação, baseado no fato das pessoas usarem o bom senso para saber quando está bom.

Particularmente sou contra! Se avaliarmos os consagrados sensos do 5S, não vamos encontrar o bom senso. Permitir que as pessoas o usem, nada mais é que a aplicação dos primeiros 3S que, se não evoluirem para os 5S, seguramente não vão perdurar.

Bom senso é algo individual, cada um tem o seu, portanto será fonte de problemas. O bom pra mim, é ruim para outro e ótimo para alguém. Para isso existem os dois últimos S (Padrão e Disciplina). Padrão evita o bom senso!

Posso citar como exemplo simples o trânsito. Alguém consegue imaginar, por exemplo, um trânsito sem semáforos, placas de sinalização, faixas, direção, organização? Seria um caos, não é verdade? Pois bem, como citei no post India: Maratona no Aeroporto, eu tive o prazer de morar e conhecer um pouco deste pitoresco país. Na cidade em que eu vivia (Vadodara), o trânsito era exatamente como eu descrevi no acima: não existiam semáforos, faixas, placas, organização, etc. Tudo era baseado no bom senso da população. O resultado: CAOS! Era comum levar mais de 1 hora para fazer o trajeto do hotel onde eu vivia até a fábrica, percurso que tinha 12 Km apenas. Vejam no vídeo amador que fiz de um dia voltando para o hotel (perdoem a narração).



Outro exemplo de como o bom senso pode ser perigoso: Certa vez, em uma implantação de 5S, ficou decidido que sobre as mesas de escritório só poderiam existir objetos relacionados ao trabalho. Para que não gerasse nenhum desconforto, permitiu-se que um objeto pessoal fosse colocado também, respeitando o bom senso. A foto fala mais do que qualquer palavra.



Como está seu bom senso? Padrão é o caminho!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

TI Orientada a processos


Com a crescente complexidade dos negócios, a necessidade de resultados rápidos e assertivos, empresas fornecedoras de software e departamentos de TI de grandes organizações passaram a assumir um papel de destaque na estratégia e na condução dos negócios. A Tecnologia da Informação deixa para trás aquela imagem de área de apoio na qual atuava de forma reativa, fornecendo softwares “empacotados”, suporte à rede e o hardware, para uma atuação ativa e participativa frente aos negócios. Consequentemente novas atribuições e funções são criadas ou incorporadas à Tecnologia da Informação para suportar o “status” de área estratégica, abrindo assim, um leque de oportunidades e de novos negócios.
Entender as novas necessidades desse mercado é fundamental para o sucesso das empresas e das áreas de TI. Além de conhecimento técnico por parte dos gestores, o conhecimento do negócio e da área de atuação é fundamental para a entrega de produtos e serviços de valor aos clientes. No caso de empresas de software, não basta levantar os “requisitos” para uma melhoria de software, é preciso entender qual a contribuição e o impacto desses novos requisitos para o negócio.
Nesse novo cenário, a Gestão de Processos de Negócio – BPM, tem apoiado as empresas de TI no real entendimento do negócio através da definição dos processos. BPM busca uma visão sistêmica e decompõem o negócio em processos primários, que entregam produtos e serviços de valor aos clientes; em processos de apoio, que dão suporte ao negócio como contratação, compras; e em processos de gerenciamento para a gestão dos processos e do negócio.
A partir da visão do negócio, através dos processos, fica muito mais simples e coerente a implementação e as melhorias de software e serviços de TI, pois a necessidade é do processo de negócio, e não de um usuário ou de um departamento em específico, sempre com foco no resultado pretendido e no valor esperado. Nesse conceito, o produto de software só agrega valor aos clientes se estiver embutido melhores práticas e alinhamento com os processos, ou seja, mais que ferramentas de controle, empresas de software e áreas de TI precisam contribuir para o crescimento do negócio, daí o conceito de se entregar serviços com valor agregado reconhecido pelo cliente.
Outro ponto fundamental apoiado por BPM, é que conhecendo bem o negócio através do olhar do cliente, TI se antecipa às necessidades e mudanças do mercado na oferta de serviços adequados e inovadores, solidificando a imagem de empresa que oferece solução e continuidade de negócio para seus clientes. Um bom exemplo desta mudança é que áreas de suporte de empresas de TI passam a ter mais importância que o próprio software, com atendentes cada vez mais especializados nas áreas de negócio e menos no aspecto técnico, apoiando e transferindo conhecimento aos clientes.
Este novo posicionamento muda drasticamente a forma de atuação das empresas e áreas de TI. Contudo, mudar um modelo já estabelecido não é tarefa fácil, requer investimentos e planejamentos frente aos novos desafios. O segmento de TI é muito dinâmico e perder o passo dessas mudanças pode ser crucial para os negócios. Investir em novas áreas de conhecimentos, certificações de qualidade, capacitações, pesquisas de mercado, novas tecnologias e parcerias estratégicas são necessárias, mas, mudar a cultura e incorporar novas crenças é fundamental para trilhar um caminho de sucesso frente às incontáveis oportunidades deste novo cenário.
Sérgio Calura, Analista de Processos, CBPP® – sócio-diretor da BP Company
Matéria publicada no jornal Diário da Manhã em 26/01/2011 – Goiânia-GO
http://www.dm.com.br/#!/255622

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

7 dicas para escolher a empresa de outsourcing

Colocar na mão de terceiros algumas operações para concentrar os esforços na atividade-fim é uma prática cada vez mais presente nas empresas. Contudo, requer cuidados.



Por REDAÇÃO DA COMPUTERWORLD *

25 de janeiro de 2011 - 07h30

A necessidade de focar no core business é cada vez mais premente nas empresas para não perder mercado e avançar posições no ranking. Nesse cenário, a terceirização tem papel fundamental. Contudo, entregar tarefas não tão estratégicas para o negócio a um terceiro, mas não menos importantes para a empresa, é uma responsabilidade que requer avaliação cuidadosa para não incorrer em graves dores de cabeça para a corporação.
A seguir, sete pontos de maior relevância que devem ser buscados na companhia de outsourcing para obter mais tranquilidade e segurança, antes de tirar de dentro de casa algumas operações que deixarão a sua empresa mais livre para focar inteiramente no core business:
1. Gestão de relacionamento com clientes
A empresa (terceiro) deverá estar apta a monitorar continuamente o relacionamento entre os executivos das duas partes e reagir de modo efetivo, caso perceba qualquer tipo de desarmonia. Tem, ainda, a atribuição de atuar como instância de acesso rápido em caos de emergências ou de eventuais urgências.
2. Documentação dos processos
A empresa tem de manter documentação necessária para munir seu time de profissionais com as informações necessárias, colhidas durante a elaboração e a execução de projetos. Tem por atribuição o registro do conhecimento adquirido com o cliente em todas as fases do projeto. Esses procedimentos facilitam a tomada de decisão para qualquer alteração no projeto ou mudança de escopo.
3. Gestão de risco e de atendimento às normas regulatórias 
A empresa prestadora de serviços deve estar compliance com as normas regulatórias. Estar em constante busca por adaptação dos processos internos às regulamentações e orientado à eliminação de riscos, além de garantir o alinhamento dos processos de disponibilidade e de segurança à regulamentação vigente.
4. Gestão de metas
A empresa deve ter as metas alinhadas com foco nos fatores custo, qualidade e inovação. Ter capacidade de guarnecer e apoiar o processo como um todo desde a concepção, planejamento e encerramento dos projetos. Com base em critérios e prioridades nas diferentes fases de projetos.
5. Gestão de serviços e de inovação
Deve estar em linha com as inovações, acompanhar as tendências, de forma a apresentar vantagem para o cliente no mercado em que atua. Estar atenta às informações que auxiliem nas decisões e em eventuais abandonos de tecnologias e processos.  
6. Saúde financeira
Deve estar apta a comprovar os resultados financeiros da organização.
7. Controle de continuidade de serviços 
Empresa deve ser capaz de gerenciar interrupções nos serviços ou indisponibilidade. Essa função consolida as atribuições de governança, de processos operacionais de controle e de escalabilidade em um constante monitoramento sobre o fluxo de trabalho. 


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

a Lacuna A Lacuna Central na Implementação da Gestão Enxuta: A Função Recursos Humano

Sempre esquecemos disto....

a Lacuna Central na Implementação da Gestão Enxuta: A Função Recursos Humanos.
Autor: Marcelo Alceu Amoroso Lima
Publicado: 29/11/2010

I – Há um GAP fundamental na implementação atual da Gestão Enxuta nas empresas brasileiras: a Função Recursos Humanos

A Gestão Enxuta vem sendo disseminada pelos mais diferentes setores da economia brasileira. Variam as estratégias de implementação, as abordagens e métodos e a maturidade e entendimento da liderança, mas uma constante é a existência de uma lacuna com relação à contribuição da Função Recursos Humanos, que prejudica invariavelmente a implementação.
A implementação da Gestão Enxuta nas empresas brasileiras - quando feita sob a forma de um projeto piloto em uma família de produtos de uma determinada área - apresenta resultados muito significativos em termos de economia de recursos de capital fixo e capital de giro, ganho de tempo, melhoria de qualidade de produtos e serviços, menor custo e melhor atendimento aos clientes.
A grande dificuldade, entretanto, tem sido a sustentação dos resultados nessas áreas isoladas, em função de interfaces que trazem problemas exógenos prejudiciais ao “Piloto” ao longo do tempo, do desgaste da manutenção por muito tempo de uma ilha de excelência dentro da empresa, da difusão ineficiente da experiência de implementação da Gestão Enxuta de uma área para as outras, ou mesmo das dificuldades causadas pela falta de conexão da implementação da Gestão Enxuta com outros sistemas de gestão da empresa.
Para ser bem-sucedida, a expansão da Gestão Enxuta de uma área piloto para as demais áreas da empresa necessita muito do apoio da Função Recursos Humanos, sendo que uma das maiores dificuldades para a sustentação das implementações no Brasil tem sido a falta de conhecimento e a falta de envolvimento desta função com a Implementação da Gestão Enxuta.  Na verdade, na maioria das empresas que têm implementado a Gestão Enxuta, o papel da Função  Recursos Humanos na implementação não tem sido claro e definido.
Dentre as áreas tradicionalmente de responsabilidade de Recursos Humanos, observa-se que as principais demandas não satisfeitas em implementações de Gestão Enxuta têm sido as seguintes:
  • Gestão de mudança da cultura organizacional.
    • Estimular o foco nas pessoas, com mais confiança e autonomia, orientado por uma visão estratégica, clara e desdobrada;
    • Valorização da participação da liderança na linha de frente (CulturaGemba) em contraposição à Gestão à Distância;
    • Quebra de Paradigmas, abrindo o Modelo Mental das pessoas ao novo, minimizando a síndrome do “Não foi inventado aqui” e o medo da mudança.
  • Gestão da estrutura organizacional, processos, métricas de avaliação de desempenho e interfaces.
    • Criação de uma área focada exclusivamente em disseminar os conceitos da Gestão Enxuta;
    • Envolvimento desde o início das áreas com interface relevante;
    • Estímulo à interação e colaboração entre departamentos (com foco nos fluxos de valor horizontais);
    • Quebra de sistemas e barreiras internas que sejam empecilhos à implementação.
  • Gestão de mudança do modelo de liderança.
    • Liderança - fazer aquilo que prega;
    • Liderança - comprometer-se com o projeto;
    • Liderança - enxergar o projeto de implementação da Gestão Enxuta como sistema  de gestão da área.
  • Treinamento e desenvolvimento na filosofia e nas ferramentas da Gestão Enxuta integrando Processos x Teoria x Prática x Resultados.
    • Capacitação da liderança;
    • Capacitação dos times de melhoria contínua;
    • Eficácia dos treinamentos.
  • Engajamento da liderança e dos colaboradores - de forma sustentável - na transformação para uma Gestão Enxuta.
    • Disseminação da estratégia de implementação;
    • Comunicação transparente;
    • Planejamento da alocação das pessoas deslocadas por ganho de produtividade,  evitando demissões;
    • Estabelecimento de mecanismos de reconhecimento;
    • Enfrentamento da inércia organizacional, preparo para não desistir na primeira dificuldade e compromisso com o Senso de Urgência
    • Difusão dos experimentos bem-sucedidos como forma de facilitar o engajamento.
No Lean Summit 2010, os presidentes de 4 grandes empresas brasileiras1 que têm tido sucesso em Implementações de Gestão Enxuta concordaram que os principais desafios da alta liderança em implantações no Brasil  são os seguintes:
  • Definir o framework de implementação e desafiar a organização.
  • Delegar o processo de implementação para a organização e fazerfollow up.
  • Manter viva ao longo do tempo a chama  da implementação da Gestão Enxuta  de forma que se transforme no sistema de gestão da empresa.
Fazendo uma reflexão sobre os desafios da alta administração expostos acima e as demandas não satisfeitas pela Função Recursos Humanos, conforme observado nos processos de Implementação da Gestão Enxuta, observa-se a importância da sua mobilização, tendo em vista suportar a alta liderança e facilitar a transformação da empresa.

II - Como preencher o GAP e ir além: Renovar o “R.H.” com uma Gestão Enxuta - gente e gestão no século XXI

A Função Recursos Humanos tem postulado como determinante de seu sucesso a necessidade de trabalhar com excelência em seus processos e um envolvimento com o negócio e com a liderança em seus fundamentos estratégicos. Tem postulado também – em uníssono com a alta direção - a singularidade das pessoas como ativo maior. A área tem postulado e proclamado, não os tem realizado na prática, mas os vê como imperativos para seu futuro!
A consequência prática e coerente desse posicionamento deve ser, portanto, uma maior pró--atividade, impacto, excelência operacional e relevância  junto à empresa e às pessoas e a capacidade de alavancar o potencial e a performance de cada indivíduo para diminuir as carências estratégicas, táticas e operacionais.
É importante frisar o acima exposto de que também devem ser prioritárias as carências táticas e operacionais do negócio, tendo em vista que essas dimensões são muitas vezes equivocadamente menosprezadas quando o pensamento estratégico é teórico e distante da realidade da execução e da prática da operação.
A Função deve abdicar de uma posição limitada de departamento de pessoal, de departamento de psicologia, de departamento de recursos humanos desgarrado do propósito  do negócio ou de departamento de negócio desgarrado das pessoas, para aprofundar o conhecimento sobre a natureza humana e sua capacidade de - individualmente ou pela atuação em times -  e através de processos e de um propósito  empresarial claro, produzir a transformação organizacional contínua e recorrente, necessária ao sucesso sustentável da empresa e das pessoas.
A área de Recursos Humanos não pode ser superficial, periférica ou passageira. Precisa ser transformadora! O futuro da função precisa ter conteúdo, significado e impacto, para que não seja condenada à irrelevância ou à terceirização, como atividade transacional, para prejuízo maior das pessoas e do negócio!
O que se faz hoje - em geral - não é o futuro da área! Precisa-se, como função, desenvolver o aprendizado necessário para construir o seu papel para o negócio e as pessoas do futuro e disseminá-lo pelas lideranças de toda a organização, que são a verdadeira imagem e a profunda representante da política de Recursos Humanos da empresa.
De fato, se olharmos os manuais de Recursos Humanos, eles abordam o que o RH “faz”, elencando o planejamento da força de trabalho, planejamento sucessório, recrutamento e seleção, avaliação de desempenho e de competências, treinamento e desenvolvimento, compensação, benefícios, comunicação interna, desenho organizacional, relações trabalhistas, desenvolvimento de times de alta performance,  mensuração do clima de trabalho, engajamento do pessoal  e os  sistemas de informação e controle...
David Ulrich, em “Human Resource Champions: The next agenda for adding value and delivering results” - Harvard Business Review Press, 1997 - subverte esSa  ordem do “fazer” e propõe como paradigma - hoje hegemônico - para a Função Recursos Humanos:  “contribuir e entregar resultados” para o negócio. Mais especificamente qualifica 4 áreas  genéricas  de  resultado: execução estratégica,  eficiência administrativa, contribuição dos empregados e capacidade para a mudança. Nessas áreas, propõe respectivamente como competências da função: ser consultor - parceiro do negócio, expert em Recursos Humanos,   advogado dos empregados e agente de mudança.
Ulrich vincula primordialmente o propósito da área de Recursos Humanos às necessidades do negócio e qualifica onde e como a área contribui. O que o RH faz pode então ser esquematizado em três dimensões, respectivamente, operacional, tática e estratégica:
1) Atividades transacionais e de rotina;
2) Atividades de engajamento  participativo e inspirador com lideranças, funcionários  e representação sindical;
3) Atividades para a  criação e aperfeiçoamento da capacitação das pessoas em função das necessidades estratégicas do negócio.
Na primeira dimensão, a busca da excelência se dá pela qualidade e agilidade do serviço e pela maximização da produtividade dos recursos empregados – muitas vezes através da constituição de áreas específicas focadas nas tarefas transacionais. Na segunda dimensão, a busca da excelência se dá pelo grau de envolvimento dos funcionários e da liderança em gerar melhoria contínua e duradoura para a empresa. Na terceira dimensão, a busca da excelência se dá pelo direcionamento, alinhamento, sincronia e desenvolvimento da capacidade das  pessoas para a definição e execução das estratégias de negócio.
Quando refletimos sobre a prática atual de Gestão de Pessoas nas grandes e médias empresas brasileiras, o primeiro grande desafio é a definição dos  critérios  e a execução da  escolha da alta  liderança, que condicionam muitas das decisões posteriores com relação a Propósito, Resultados, Processos e Pessoas. Decidir se a liderança atual é apropriada e - se não for - como fazer para acertar a escolha da próxima!
segundo grande desafio é buscar e reter profissionais talentosos em suas áreas de atuação, alinhados com relação aos valores e propósito da organização e que sejam conscientes e proficientes em relação à padronização, manutenção e melhoria contínua dos processos existentes, a partir da realidade dos fatos e dados.
O terceiro grande desafio é garantir e exigir de todos os membros da organização - indistintamente da hierarquia ou área de atuação:  a) conhecimento e prática dos valores e propósitos e respeito para com as pessoas; b) conhecimento  transparente do fluxo  de valor dos produtos e  serviços e dos seus respectivos processos de suporte, na perspectiva do cliente e c)  participação no processo de criação e aumento do valor gerado para o cliente e para o acionista, o que é fundamental  para dar consciência, alinhar e engajar todos com o propósito da organização.
O movimento de implementação de uma “Gestão Enxuta” nas empresas brasileiras pode ser uma grande ferramenta para a renovação da área de Recursos Humanos e enfrentar os desafios acima.
Herica H. de Brito2, expõe a forma como Recursos Humanos é abordado  na empresa Toyota e, por conseguinte, como deveria ser o posicionamento básico de empresas que postulem a implantação de modelo de gestão inspirado na Toyota:
“A postura ou valores que os empregados e os líderes  devem ter baseiam-se em dois pilares que são a melhoria contínua e o respeito às pessoas. Esses pilares podem ser explicados da seguinte maneira: 
Melhoria contínua, ou sabedoria e kaizen, como é dito no Japão, é formado por três itens, a saber, Challenge (desafio), Kaizen (melhoria contínua) e Genchigenbuts(ver o local e ver os fatos).
Por Challenge entende-se o incentivo à criação, inclusive ao erro. O ser humano aprende o conhecimento com o acúmulo de acertos e erros e, se existe o medo de errar, a possibilidade de acertar também é restrita; assim, na Toyota os funcionários são encorajados a criar, a ter uma visão de longo prazo e a tomar decisões bem avaliadas.
Kaizen é a ideia de que não existe nada perfeito, que a melhoria é infinita. Ou seja, jamais deve-se se acomodar com a conquista atual e, por mais que pareça perfeito, tudo pode ser melhorado. A melhoria deve ser contínua, jamais ter fim.
Genchigenbutsu retrata o espírito do Sistema Toyota de valorização da produção e da agregação de valor. Todas as decisões devem ser tomadas a partir de uma avaliação real do fato ou das coisas, ou seja, através da visão, tato etc. Isso significa que, se o foco da empresa é o produto, todos os envolvidos devem conhecer pessoalmente o processo de produção do mesmo.
Respeito às pessoas fundamenta-se no respeito ao próximo, aos acionistas, aos funcionários e ao Teamwork (trabalho em grupo). Incentiva-se a comunicação e a criação da confiança e responsabilidade mútua entre a empresa e seus funcionários, com o objetivo de promover o seu desenvolvimento.
As grandes implicações para a função de Recursos Humanos em termos dos Princípios da Gestão Enxuta, dizem respeito a: a) praticar na própria função Recursos Humanos os princípios da Gestão Enxuta; b) necessidade de mudança da estrutura organizacional  convencional da empresa; c) difundir a filosofia, método e ferramentas  da Gestão Enxuta pela empresa; d) necessidade de mudança no modelo de liderança (do supervisor ao presidente); e) necessidade de criar nova  cultura organizacional a partir da cultura histórica da empresa e dos problemas que ela queira resolver.
Praticar na própria função Recursos Humanos os princípios de Gestão Enxuta significa utilizar os métodos  para eliminar o desperdício, agregar valor para o cliente e liberar recursos para desenvolver as pessoas e a organização; significa  entender e atender as necessidades do cliente interno (que por sua vez busca atender as necessidades do cliente externo) e fazer com que os processos de suporte de Recursos Humanos sejam praticados com maior qualidade, menor tempo de ciclo, menor custo e maior satisfação com o trabalho,  fazendo fluir as atividades que agregam valor.
Os recursos liberados poderão então ser dedicados a atender outras necessidades que a empresa tem da função – normalmente de impacto maior no longo prazo e que não têm sido atendidas a contento, como desenvolver a liderança, desenvolver o pessoal operacional, desenvolver a cultura e desenvolver a organização.
Necessidade de mudança da estrutura organizacional significa definir uma estrutura que espelhe a responsabilidade pela elaboração e desdobramento da estratégia, pela resolução dos problemas e pelo desenvolvimento das pessoas, que tenha como pressuposto o desenvolvimento multifuncional, com conhecimentos e habilidades para resolver problemas utilizando o P.D.C.A” (Planejar, Fazer, Checar e Ajustar) como método de pensamento estruturado e os processos operacionais como  processos de desenvolvimento das pessoas.
Necessidade de mudança da estrutura organizacional significa também desenvolver uma organização com menos níveis hierárquicos e organizada em torno dos fluxos de geração de valor, onde a responsabilidade  é atribuída nos níveis mais diretamente associados à geração do valor.
É necessário incorporar a crescente qualificação em termos de educação formal, de participação política e de melhoria de nível social e o correspondente encarecimento da força de trabalho brasileira no sistema de produção vigente de forma que as estruturas organizacionais permitam a maximização da sua inclusão e do seu aproveitamento.
Difundir a filosofia, método e ferramentas de Gestão Enxuta significa um trabalho de apoio à difusão do conhecimento e de treinamento associados à padronização e melhoria dos  processos de trabalho e ao método do PDCA. O envolvimento da área de Recursos Humanos com o negócio é crucial para garantir que os treinamentos sejam associados aos processos, às práticas e a resultados continuamente melhores, num círculo virtuoso de processos robustos e pessoas talentosas assegurando melhoria contínua e resultados.
Necessidade de mudança no modelo de liderança significa disseminar uma cultura de fazer o que se prega e gerenciar a contribuição de todos e de cada um de forma a se reforçar os conceitos propostos para a liderança em todos os processos da empresa. Significa desenvolver líderes com propósito, mentalidade de fazer o trabalho com base em processo, método e habilidade de desenvolvimento das pessoas e garantir a perpetuidade deste modelo de liderança para as próximas gerações de líderes. Em termos de processo de sucessão, é necessário assegurar o compromisso dos líderes com processos de melhoria contínua consistentes antes de se pensar em promoções como degraus de uma escada de progresso da carreira individual.
Necessidade de criar nova cultura organizacional significa uma cultura de valores, integridade, fatos e dados, transparência, exemplo, processo,  padronização e melhoria da rotina, aprendizagem,  metas e resultados de curto e longo prazo consistentes,  respeito, trabalho em equipe e criatividade -  sem complacência nem arrogância!
É importante uma atenção especial aos processos estruturantes do negócio, como os de planejamento estratégico, orçamento, vendas e planejamento operacional, avaliação de desempenho, bônus e aumento meritocrático, recrutamento externo, interno e da nova geração de líderes, gerenciamento da sucessão. Isto para que se mantenha coerência e alinhamento da liderança em torno do propósito, processos e gestão de pessoas.
Voltando ao que propôs David Ulrich em 1997, conforme mencionado anteriormente, como competências requeridas para a  Função Recursos Humanos vemos, conforme exposto,  que o “Modelo de Gestão Enxuta”:
- Permite atuar como “consultor – parceiro” do negócio a partir do direcionamento e alinhamento com os fluxos de valor para o cliente e com os processos de suporte.
- Estimula a expertise técnica a partir de um modelo de excelência na gestão dos processos e do desenvolvimento de pessoas através dos processos,  por eliminação dos desperdícios e a partir do que os clientes esperam da função.
- Pressupõe ser advogado dos empregados, respeitando as pessoas e as associando como partícipes da melhoria contínua do negócio.
- Contempla ser agente de mudança, dentro de um objetivo de atender melhor ao cliente, com menor uso de recursos, de forma mais rápida e com respeito às pessoas, através da padronização de processos e da melhoria contínua.
É este o direcionamento necessário à Função de Recursos Humanos para que se possa ter excelência nos processos estratégicos, táticos e operacionais, com sua transformação em uma função responsável por Gente e Gestão.  Mais além, vale ressaltar que os processos de Avaliação de Desempenho das Pessoas e de Avaliação do Resultado da Empresa e os processos de Avaliação dos Talentos e Sucessão e de Elaboração da Estratégia do negócio são o entroncamento de integração - respectivamente de curto e longo prazo - entre Gestão de Gente e Gestão do Negócio.
Marcelo Alceu Amoroso Lima Foi Diretor de Recursos Humanos da Bunge, Whirlpool e Merck Sharp & Dhome; Diretor Administrativo-Financeiro da Mapri - Belgo Mineira e Professor de Engenharia de Produção da UFSCar.  Engenheiro de Produção, Mestre em Economia e Doutor em Gestão.

Notas:
1 - Conforme apresentação da Embraer, Cedro Cachoeira, Astra-Zêneca e Mangels.
2 - Gestão de Recursos Humanos no Sistema Toyota de Produção” ,  publicado em 21/09/2005 no site do “Lean Institute Brasil”.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Kanban na praia


Várias pessoas me pediram para trazer mais exemplos de ferramentas que usamos nas fábricas e que também são usadas no cotidiano, principalmente depois que escrevi o post "Gestão Visual: simples, eficaz e eficiente".

Pois bem, eu tenho um outro exemplo bem interessante de uma aplicação bem incomum. Primeiramente, vamos ver uma definição de Kanban.
Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível.

Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que controla os fluxos de produção ou transportes em uma indústria. O cartão pode ser substituído por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados.

Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num novo pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça.
Trata-se de um método de trabalho que é muito utilizado em manufaturas de um modo geral.

No Reveillon de 2009, eu tive a oportunidade de viajar para a Bahia, em Guarajuba e lá pude ver uma aplicação simples de um Sistema Kanban. Vejam na foto abaixo:


Quando vamos à praia, uma das dificuldades é ser atendido, especialmente em locais mais cheios. Toda vez que queremos pedir uma outra cerveja, por exemplo, ou esperamos um bocado de tempo até que alguém passe perto de nós ou temos que ir pessoalmente até o quiosque e buscar a mesma. Quando estamos em férias, situações assim são bem chatas.

Nessa praia eles implementaram esse sistema que sinaliza ao garçom (se é que dá pra chamá-los assim) que é o momento de "abastecer". Na lingueta verde está gravado "OUTRA", sinalizando que é para trazer outra garrafa.

Assim como nas manufaturas, é um processo que requer treinamento e maturidade, o que de longe não existia no local. Faltava também uma rotina de gestão para o processo, ou seja, uma rotina para verificar se alguma nova solicitação de "abastecimento" havia sido feita, consequentemente o sistema não era lá tão eficiente quanto poderia ser.

A simples implantação desse sistema não garante o seu sucesso. Porém, era visível a diferença em relação a outras praias que já fui. Em vários momentos eu notei que uma nova cerveja era trazida sem a necessidade de comunicação, apenas usando esse sinalizador.

Um exemplo simples de aplicação de um Kanban.