quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Melhoria Contínua e a Tecnologia da Informação – Amigos ou Inimigos?


Como a tecnologia de informação pode suportar a melhoria contínua?  Esta é uma questão muito comum em qualquer ambiente de trabalho. Prefiro começar, no entanto, à luz dos princípios Lean,  por quais são os principais desencontros entre os profissionais de TI e os profissionais da lean na busca de melhoria contínua das operações de manufatura.
O ambiente de TI é muito particular, específico e fechado. O que TI pode considerar como bom desempenho e boas práticas podem não estar alinhado com os conceitos dos Lean. Se muitas vezes a própria manufatura tem dificuldades para entender e aplicar os conceitos Lean, que dirá quando alguém de TI faz parte de uma equipe com estes objetivos?
Segue então alguns desvios de alinhamento entre TI e Lean, considerando um ambiente de manufatura:
  • Acreditar que um novo software pode ser a solução para tudo: Problemas reais precisam de soluções reais.  Sofwares podem até ser parte da solução, mas dificilmente são a solução em si. Nenhum software elimina  um bom gemba walk ainda.
  • Nem sempre quanto mais rápido melhor:  Pelo conceito do Takt, não se deve prover informações demais ou muito antecipadas ao “sistema”, sob risco de trabalhar com informações erradas ou da necessidade de retrabalho. Sistemas superdimensionados podem ser caros demais.
  • Acreditar que o mundo real é altamente previsível: No mundo de TI, tudo sempre funciona. As previsões são sempre acuradas, os preditores de demanda são sempre ótimos, estoques não desviam. Fluxo Contínuo e Sistemas Puxados garantem a agilidade necessária para a fábrica reponder prontamente ao sempre “nervoso” comportamento do mercado, não previstos nos modelos matemáticos.
  • Adorar o Tecnicismo ou a “solução da moda”:  A mitificação do software como ator principal é um grande equívoco. Acreditar que as versões superiores são inevitavelmente melhores é no mínimo ingenuidade. Mudanças cosméticas não são interessantes no mundo da manufatura.
  • Acesso à Informação não é Gestão Visual: Exibir informações em monitores, datashows e outras interfaces similares, em geral, não são formas de gestão visual. O nível de transparência, rapidez, simplicidade e de envolvimento de todos os níveis operacionais para realmente ter uma gestão visual não pode ser obtido somente através de formas convencionais de “mostrar dados”.
  • Baixa flexibilidade dos sistemas de TI:  Quando uma mudança nos sistemas de informação é realmente necessária e relevante, poucas vezes existe disposição em mudar. As soluções, em vez de simples, tendem a virar um elefante branco que ninguém que mover adiante. Quase zerokaizens e alguns raros kaikakus.
Em resumo, perguntas simples sobre os benefícios para a manufatura devem ser feitas a qualquer sistema de informação para a manufatura:
Como o novo software adiciona valor para o cliente? Como teremos menos desperdícios? Como poderemos ser mais produtivos? Como isto ajuda a compreender melhor os nossos problemas? Como nossos clientes perceberão estas melhorias? Como ele nos ajudará a manter ou ampliar nossa posição de mercado? Propicia-se agilidade com um mínimo de burocracia?
Poucos sofwares desenvolvidos para a manufatura resistem a estas simples questões.
 Em resumo, cabe ao profisional de Lean a inevitável responsabilidade de orientar o suporte de TI para obter os reais benefícios da tecnlogia de informação na manufatura. De qualquer forma, acredito fortemente na existência de muitos benefícios e casos de sucesso quando estes desvios estão solucionados, mas esta discussão fica para outra oportunidade.

Definitivamente, amigos.

FAbio Obrigado !!

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